Quatro de seis ministros já votaram pela condenação de Zé Dirceu.
Quatro dos 10 ministros do Supremo Tribunal Federal já condenaram o ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu, por crime de corrupção ativa, encerrada a primeira parte da sessão desta terça-feira — 33º dia do julgamento da ação penal do mensalão.
A ministra Cármen Lúcia — a segunda a votar na retomada do julgamento — acompanhou a maioria já formada pelos ministros Joaquim Barbosa (relator), Rosa Weber e Luiz Fux, que votaram na semana passada.
O ministro Dias Toffoli votou — como se esperava — pela absolvição de Dirceu, assim como fez, na última sessão, o ministro-revisor Ricardo Lewandowski.
Votam ainda nesta tarde os ministros Gilmar Mendes e Marco Aurélio, ficando para o dia seguinte a conclusão desta parte do julgamento, com os votos de Celso de Mello (decano) e Ayres Britto (presidente).
Até agora, no julgamento do chamado núcleo político-publicitário já estão condenados por unanimidade (6 votos a 0), por corrupção ativa, os seguintes réus: Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT; Marcos Valério, dono da empresa SMP&B, e seus associados Ramón Hollerbach, Cristiano Mello Paz e Simone Vasconcelos. José Genoino, ex-presidente do PT, já foi enquadrado por cinco ministros (Barbosa, Rosa Weber, Luiz Fuxt, Dias Toffoli e Cármen Lúcia).
Foram absolvidos (por unanimidade, até agora), os réus Anderson Adauto, ex-ministro dos Transportes, e Geiza Dias, funcionária da empresa de Marcos Valério.
Advogado de Dirceu diz que STF fez análise equivocada
Após a maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) se pronunciar pela condenação do ex-ministro José Dirceu, o advogado do petista, José Luis de Oliveira Lima, afirmou que respeita a decisão, apesar de considerá-la equivocada. "No entender da defesa, a decisão do STF fez uma análise equivocada da ação penal 470", disse o advogado, na saída da sessão desta terça-feira.
Dos oito ministros que votaram até agora, apenas o revisor Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli entenderam não haver provas de que Dirceu comandou o esquema de compra de apoio parlamentar durante o primeiro mandato do governo Luiz Inácio Lula da Silva. "No olhar da defesa, as provas levavam a outro desfecho, que é a absolvição e o reconhecimento da inocência de José Dirceu", disse.
Com apenas dois votos pela absolvição, Dirceu dificilmente terá como recorrer aos chamados embargos infringentes. O recurso é previsto quando um réu é absolvido por quatro integrantes do Supremo, podendo o processo ser reanalisado pelo Plenário. "É preciso esperar os próximos dois votos para aí sim decidir qual medida", disse.
Fonte: Agência Brasil
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